Por Greyce Fonseca
CONCLUSÃO
As atividades de sepultamento de cadáveres, bem como os cemitérios, têm que ser observados e considerados como atividades contaminantes, e áreas potencialmente contaminadas, respectivamente.
A contaminação do solo e das águas superficiais e subterrâneas ocorre devido ao vazamento de necrochorume das construções tumulares.
Do ponto de vista da saúde pública, o principal risco que pode ser efetivamente associado à atividade dos cemitérios reside em possibilitar a ocorrência ou disseminar doenças a partir de microrganismos, por contato do risco direto, ou através da contaminação de fontes de abastecimento de água para consumo humano e corpos d’água superficiais nas vizinhanças. Por isso, os cemitérios devem ser submetidos a avaliações sanitárias periódicas.
Pode-se perceber que há uma grande deficiência na publicação de dados a respeito da gestão ambiental nos cemitérios. Acredita-se que este fato se deva pela não disponibilização destes dados ou pela ausência de trabalhos científicos a este respeito, uma vez que os cemitérios não são incluídos nas listas mais comuns de empreendimentos de potencial risco de impacto ambiental.
Pesquisadores já provaram que as bactérias patogênicas e os vírus presentes nos corpos em decomposição, podem provocar a contaminação de mananciais hídricos em cemitérios, cuja localização e operação são inadequadas. Além das doenças transmitidas pela água, os cemitérios são um grande potencial na proliferação do mosquito Aedes aegypti, que é o vetor da dengue e da febre amarela. Outro aspecto possível que deveria fazer parte da gestão ambiental dos cemitérios é o cuidado com os resíduos sólidos, tais como os restos de roupas dos cadáveres, as próteses e os marca-passos, que deveriam ser separados do lixo comum e serem destinados para a coleta seletiva como resíduos perigosos.
Acredita-se que para evitar os impactos causados pelos cemitérios, as legislações deveriam ser mais rígidas e os governos deveriam investir mais em fiscalização. Algumas pessoas defendem os crematórios como uma possível solução, porém entraremos num outro embate: As emissões provenientes dos crematórios serão adequadamente controladas? As religiões e seus adeptos apoiarão a cremação?
Muitos são os impasses que permeiam esta discussão no momento, sendo que o mais urgente seria aumentar a divulgação e o acesso às informações referentes aos impactos ambientais e sanitários decorrentes dos cemitérios, para que desta forma possam surgir mais pesquisas e a população possa pressionar os governos a proporem alternativas para mitigar esses impactos.
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